O MenuPOA, ocorrido nesta terça-feira (19/11), teve como tema “Cidades Inteligentes”.

O MenuPOA, ocorrido nesta terça-feira (19/11), teve como tema “Cidades Inteligentes”. O evento aconteceu no Salão Nobre da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA) e contou com a participação de três especialistas no tema, Paulo Ardenghi, CEO da Wise Innovation, Santiago Uribe, Líder da Oficina de Resiliência de Medellín, e Rafael Bechelin, especialista em Cidades Inteligentes.
A presidente da Associação Comercial de Porto Alegre, Suzana Vellinho Englert, destacou em sua fala de abertura a relevância de se abordar este tema. “O assunto traduz o futuro que a Associação Comercial deseja e sonha para a nossa Porto Alegre. Uma cidade próspera, moderna, adequada aos novos tempos. Uma cidade que sabe se apropriar de tudo aquilo que a inteligência humana, com o seu talento, propõe e oferece”.
Na abertura do painel, Rafael Bechelin apresentou alguns dados sobre o cenário da realidade brasileira para a contextualização do tema. Entre as informações expostas está a de que a população que vive em favelas é composta por mais de 16 milhões de pessoas. Desta população, menos de 50% tem esgoto tratado. Também, mais de 49 milhões de brasileiros vivem em domicílios sem acesso adequado ao saneamento básico e somente 53% dos municípios têm plano-diretor.
Os dados apresentados mostram o quanto o cenário dos municípios é desafiador na caminhada para a transformação necessária para uma cidade inteligente. De acordo com Bechelin, é preciso entender a realidade, os desafios e, a partir disso, identificar as oportunidades.
Santiago Uribe participou do processo de mudança ocorrida em Medellín, que levou a segunda maior cidade da Colômbia, conhecida por muito tempo como a mais violenta do mundo, a uma transformação que fez mudar seu posicionamento para uma cidade inovadora.
“As melhores escolas públicas, as melhores bibliotecas estão na periferia, por que se entendeu que a educação é a base para o desenvolvimento e o acesso a elas precisa estar ao alcance da população menos assistida”, explicou Uribe.
Em Medellín, o longo caminho da mudança passou por uma modificação de mentalidade de gestores públicos, empresários e comunidade. De acordo com Uribe, o empresário precisa fazer parte do planejamento da cidade, além de ajudar a planejá-la.
Os convidados foram unânimes ao afirmar que o conceito de cidades inteligentes não está relacionado diretamente à tecnologia, e sim com o capital e a inteligência humanas. A tecnologia e as inovações são ferramentas auxiliares necessárias para o desenvolvimento e aplicação de processos que contribuam para a construção de cidades inteligentes.
Para Ardenghi, existem cinco pontos de atenção ao se pensar em cidades inteligentes, que são: a identificação de problemas locais; lideranças que tomem essa agenda; criação de uma visão de futuro estimulando as próximas gerações; priorização de projetos que permitam ter resultados; e gestão dos dados da proposta.
As cidades inteligentes serão as que tiverem planejamentos a longo prazo, independe de políticas partidárias, que usarem a tecnologia como uma ferramenta de apoio e transformação, diálogo com a sociedade, empreendedores e gestores públicos com visões de futuro em comum, afirmou Ardenghi.
Assinatura do termo de parceria
Antes do painel principal, ocorreu a formalização do termo de parceria e cooperação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) com a ACPA. A professora Denise Pagnussatt, coordenadora do hub da Indústria Criativa do TecnoPUC, e a coordenadora do Núcleo da Economia Criativa da ACPA, Adriana Ilha, representaram as entidades no ato.
A parceria irá proporcionar descontos nos cursos de extensão e pós-graduação para associados ACPA.